01/10/19 |   Comunicação

Comunicadores dão dicas de como divulgar resultados de pesquisas florestais

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Foto: Marcos Charneski - La Imagem

Marcos Charneski - La Imagem -

Nem só de discussão científica foi a programação do XXV Congresso Mundial da União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO), realizado de 29/09 a 05/10 em Curitiba/PR. Na terça-feira (1º de outubro) pesquisadores lotaram uma sub-plenária para ouvir dicas de como engajar a imprensa para divulgar resultados de pesquisas.

Quatro profissionais palestraram no Fórum do Comunicador Florestal: O Big Bang na Comunicação Florestal. O publicitário Robert Grace, da M&C Saatchi Abel, falou sobre a importância de sensibilizar o público para transmitr a mensagem e obter engajamento em campanhas. “É preciso levar em conta a brutal sutileza do tocar sentimentalmente”, disse.

Grace ainda destacou pontos críticos da comunição: o obetivo bem defininido, conhecimento sobre o “inimigo” – pontos que podem atrapalhar a transmissao da mensagem e formas de quantificação dos resultados obtidos.

Gênero importa

A questão de gênero nas campanhas de comunicação voltadas para a questão florestal também foi um dos pontos abordados. Maria De Cristofaro, do Departamento de Silvicultura da Food and Agriculture Organization of the United Nations, mostrou exemplos em que predominam figuras masculinas em fotografias sobre trabalhos de campo. “Mas as mulheres estão lá, basta atentar para a igualdade de gênero. Além disso, poucas pessoas sabem, mas as mulheres tem um alto poder de consumo, porque influenciam em 70 a 80% nos itens adquiridos, então pode-se dizer que o gênero feminino tem um grande e invisível poder”, declarou.

Cristofaro ainda falou sobre como compartilhar informações com comunidade rurais. “É importante saber como são os homens e mulheres, em que local as pessoas interagem, em que espaços buscam conhecimentos, quais meios de comunicação utilizam e quem eles ouvem para tomar decisões. Todas essas questões são importantes antes de se adotar uma estratégia de comunicação”, apontou.

O diretor de Informação e Política Florestal do Ministério Federal de Sustentabilidade e  Turismo da Austría, Ingwald Gschwandtl, discorreu sobre como se comunicar com os tomadores de decisão. “São seres humanos, que se baseiam em aspectos emocionais, muito mais do que em racionais, para se posicionarem. Pode-se ter muito resultados da pesquisa florestal, mas as pessoas querem ver ações ”, afirmou.

Gschwandtl apontou o que ele chama de “armadilhas de decisão”, fatores que emperram a  tomada de decisões: estouro de simulação - quando são apontadas muitas alternativas e a dica para evitar isso seria simplificar as opções apresentadas; o perfeccionismo e o stress permamente. “A história é seu poder, forneça fatos convincentes”.

Jornalismo

A diretora de comunicação e ciência aplicada do Serviço Florestal Americamo, Jennifer Hayes, deu dicas de como trabalhar com jornalistas.  “Esteja o mais preparado possível, tenha definido o que vai dizer e o que vai mostrar. Também é importante ser responsivo e disponível. A mídia trabalha com curtos espações de tempo, se a fonte não responder, eles irão procurar outra pessoa e o mais importante: seja você mesmo.  Jornalistas querem espontaneidade, não querem leituras. Os pesquisadores da área florestal podem dar repostas para os grandes problemas do mundo e é importante engajar os jornalistas para alcançar esse objetivo”.

Outra sugestão apontada pelo representante da Finnish Forest Association, Kai Lintunen, foi a realização de visitas de campo com jornalistas. “Crie oportunidades para repassar sua mensagem, para mostrar no campo como são realizadas as pesquisas e como foram obtidos os resultados, mas é importante fisgar o jornalista. Eles não irão se não houver algo interessante”, pontuou.

Rede de comunicadores

Os cinco palestrantes integram a Forest Comunicators Network (Rede de Comunicadores Florestais), grupo estrutrado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura que tem o objetivo de melhorar a comunicação sobre questões florestais e facilitar o desenvolvimento de capacidades entre as redes regionais. Acesse o site da rede.

 

Realizado pela primeira vez na América Latina, o IUFRO2019 foi promovido pela Embrapa, Serviço Florestal Brasileiro e IUFRO.

 

Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Florestas

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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